quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Origem da Festa do Divino

 O Divino
 A Festa do Divino, estabelecida em Portugal em 1296 ou no início do século XIV pela Rainha D. Izabel (1271-1336), que, segundo consta, quando em viagem teve um sonho, em que Ihe era solicitada a construção de um templo dedicado ao Espírito Santo em Alenquer.
No local indicado foram encontrados, já prontos os alicerces para a construção.
Consta que os operários, em pagamento pelos serviços, recebiam rosas, que se transformavam em moedas.
O culto se popularizou por toda a Península Ibérica e pelos arquipélagos, transformando-se na grande devoção dos portugueses. Devoções sempre associadas a fartura (distribuição de alimentos, invocação contra doenças e pragas, perdão e soltura de presos).
Da celebração festiva já faziam parte os imperadores, mordomos, bandeireiros, impérios e Ievantamento do Mastro do Divino.
Alguns temas vêm sendo associados ao universo das festas/devoção ao Divino Espírito Santo ampliando em muito sua abrangência e o interesse dos estudiosos de várias Iinhas de pesquisa.
Assim tem sido com o Reinado de Ouro (O de D. Diniz) e a atuação dos Templários em
Portugal.
Com as ideias de Giochino di Fiori (Teólogo Calabrês do Século XII ou XIII, que muito teria influenciado o Renascimento Europeu), e sua Doutrina das Três Idades, segundo a qual estaríamos caminhando para a Terceira Idade.
Do Milenarismo, crença difusa desde os primórdios do Cristianismo, derivada de Profecias de Daniel, no surgimento na terra, antes do fim do mundo, de um período simbólico de mil anos de felicidade e presente em muitos povos e culturas, coincidente com a crença em uma idade de Ouro.
O Quinto Império, a era que está por vir, em que se consolidará o Império do Espírito Santo no mundo, de retorno ao Cristianismo original (dos primeiros tempos), era de nascimento da nova humanidade, era da Liberdade de consciência, justiça e paz, abundância de bens para todos.

No Brasil
A devoção ao Divino Espírito Santo constitui-se em um dos fortes núcleos das devoções populares em todo o Brasil. Herança do colonizador português, esta devoção se exterioriza de diversas formas, resultando sempre em grandes festas, sendo estas das mais cheias de pompa e espetacularidade desde os tempos do Brasil Colônia.
É, provavelmente, a festa mais difusa entre nós, ocorrendo de Norte a Sul, conservando, afora as peculiaridades regionais, os mesmos traços de além mar: - a presença do lmpério do Divino (seu imperador e seu séquito), as folias, os cortejos de devotos com bandeiras (a pé ou a cavalo), o Ievantamento dos mastros votivos e o tremular vermelho, branco e dourado das bandeiras. É sempre festa de congraçamento e solidariedade expressas na comensalidade.
Sua realização implica em meses e meses de preparação através das jornadas das Folias do Divino que percorrem as comunidades de canto a canto, anunciando a festa, recolhendo os donativos para a celebração da mesma e avivando a fé no Divino.
A importância desta fé para vários contextos religiosos no Brasil pode ser aquilatada pelo brilho das festas e cerimônias em sua homenagem em quase todos os terreiros de Mina e Nagô no Maranhão, em que se sobressai a atuação das Caixeiras do Divino. Praticamente todos os elementos constitutivos da festa portuguesa foram transplantados para o Brasil, e aqui, por força de sincretismos e da própria dinâmica cultural, recebem acréscimos adquirindo peculiaridades regionais.
É de tal monta a popularidade do Divino entre nós, que ao ser coroado, D. Pedro trocou o título de rei, tradição lusitana, pelo de lmperador, ao qual os brasileiros estavam mais afeiçoados.

Em Caraguatatuba
Historiadores confirmam que a tradição da Festa do Divino era típica do povo caiçara, tendo presente a força dessa festa em Paraty, São Luiz do Paraitinga e Ubatuba.
Com o desenvolvimento de Caraguatuba viu-se rechaçada esta tradição. Sendo retomada pelos moradores do bairro do Indaiá com ajuda da Igreja Matriz Santo Antonio e visão a frente do seu tempo do Padre Miguel Rosseto. Iniciou-se, então, uma nova comunidade nesta região tendo como padroeiro o Divino Espírito Santo e a construção da igreja consagrada no dia 01 de maio de 1999 como Catedral Divino Espírito Santo.
Neste ano de 2013 a festa celebra a sua 22ª edição. Tendo presente a riqueza simbólica e cultural desta tradição em outras cidades, percebeu-se a necessidade de resgatar alguns sinais, gestos e símbolos que pudessem valorizar tão belo movimento religioso na região. Lembrando que o Divino Espírito Santo é o Padroeiro do Litoral Norte e tem seu Templo erguido na cidade de Caraguatatuba.

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